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TDAH ou Vida Moderna?
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Muitas vezes, o foco está apenas nos aspectos biológicos ou genéticos do transtorno, mas é inegável que o contexto social também exerce uma grande influência na capacidade de concentração.
A sociedade moderna, com sua cultura que estimula o comportamento multitarefa e a desatenção, pode não só exacerbar os sintomas de TDAH, como também criar novos desafios para quem vive com essa condição. Portanto, entender como o ambiente social impacta o TDAH é crucial para desenvolver estratégias eficazes de manejo e tratamento.
Vivemos em uma era onde o excesso de estímulos é a norma. Nossos cérebros estão constantemente bombardeados por informações vindas pela televisão, pelas mídias sociais ou pelos aplicativos de mensagens. Como resultado, a capacidade de se concentrar em uma única tarefa por um período prolongado se tornou uma habilidade rara.
Assim sendo, muitas pessoas que vivem com TDAH encontram-se em um cenário ainda mais desafiador, pois o ambiente social não facilita o foco; pelo contrário, promove a distração.
Para ilustrar, considere como os hábitos mudaram ao longo do tempo. Antes, o ato de esperar por alguns minutos era uma oportunidade para refletir, observar o ambiente e se conectar consigo mesmo. Hoje, basta a pessoa ao lado se ausentar por alguns instantes para que imediatamente peguemos nossos celulares, incapazes de suportar o “vazio” de alguns minutos sem estímulo.
Isso cria um ciclo vicioso onde a necessidade de estar constantemente ocupado e estimulado reduz a capacidade de introspecção e reflexão.
Além disso, as redes sociais são projetadas para capturar e manter nossa atenção da forma mais superficial possível. Aplicativos como Instagram, TikTok e YouTube são exemplos perfeitos de como nossa atenção é sequestrada por vídeos curtos, rápidos e muitas vezes sem conteúdo significativo.
Em questão de segundos, passamos de um vídeo para outro, sem tempo para refletir sobre o que acabamos de ver. Isso não apenas diminui nossa capacidade de concentração, mas também contribui para o aumento dos níveis de ansiedade e estresse.
O impacto dessa cultura de distração não se limita à vida cotidiana; ele também afeta profundamente a educação e o desenvolvimento cognitivo. Antigamente, após assistir a um vídeo educativo ou ler um texto, as pessoas tinham o hábito de refletir sobre o conteúdo e integrá-lo em seu conhecimento.
Hoje, no entanto, a maioria das pessoas consome conteúdo de maneira rápida e superficial, sem dar o devido tempo para a reflexão. Isso resulta em um aprendizado raso e em uma capacidade cognitiva prejudicada.
No contexto educacional, essa superficialidade se traduz em dificuldades de concentração e de processamento de informações mais complexas. A leitura, por exemplo, exige um nível de concentração e de esforço mental que muitos já não estão dispostos a fazer.
Esse desinteresse pelo aprofundamento no conhecimento é um reflexo direto dos hábitos que a sociedade vem adotando, onde o rápido e o fácil são preferidos ao lento e ao profundo.
O resultado é um círculo vicioso: quanto mais nos acostumamos com estímulos rápidos e superficiais, menos somos capazes de nos concentrar em tarefas que exigem esforço mental. E quanto menos nos concentramos, mais procuramos por estímulos rápidos para preencher o vazio que sentimos.
É como se estivéssemos buscando uma “dose” constante de distração para evitar o desconforto de estar presente e focado em uma única atividade.
Outro aspecto importante é o impacto das mídias digitais nas crianças. Pesquisas mostram que a exposição constante a estímulos rápidos e intensos, como os vídeos de curta duração, pode ter efeitos prejudiciais no desenvolvimento do cérebro infantil.
Crianças que passam muito tempo em frente a telas, assistindo a vídeos curtos e altamente estimulantes, podem desenvolver dificuldades de atenção e concentração a longo prazo.
Por exemplo, é comum ver crianças que, ao serem privadas de seus dispositivos, reagem com irritação e crises de choro. Isso indica uma dependência dos estímulos fornecidos pelos dispositivos eletrônicos, e essa dependência pode ter consequências graves para o desenvolvimento cognitivo e emocional.
As crianças não estão apenas perdendo a capacidade de se concentrar em atividades mais complexas, como a leitura, mas também estão desenvolvendo um padrão de comportamento que as predispõe à ansiedade e ao estresse.
Esse cenário é preocupante porque estamos criando uma geração de crianças que podem ter dificuldades de atenção semelhantes às de pessoas com TDAH, mas causadas pelo ambiente em que vivem, e não por um transtorno neurobiológico.
Em outras palavras, a sociedade está moldando um comportamento que imita os sintomas do TDAH, mesmo em crianças que não têm a condição.
Diante de um cenário tão desafiador, a psicoterapia se apresenta como uma ferramenta poderosa para ajudar a lidar com os efeitos da sociedade moderna no TDAH. A Terapia Cognitivo-Comportamental, por exemplo, ajuda as pessoas a identificar/modificar os padrões de comportamento que vão além dos sintomas de TDAH.
Ela pode ensinar estratégias para melhorar o foco e a concentração, como a prática da atenção plena (mindfulness) e o desenvolvimento de hábitos saudáveis de uso da tecnologia.
Além disso, a psicoterapia pode ajudar a abordar o impacto emocional do TDAH, como a ansiedade e a baixa autoestima que muitas vezes acompanham o transtorno. Em um ambiente terapêutico seguro, os indivíduos podem explorar suas emoções, entender melhor suas reações e aprender a lidar com os desafios diários de uma maneira mais equilibrada.
Isso é especialmente importante em uma sociedade que valoriza a produtividade e a multitarefa, muitas vezes às custas do bem-estar mental.
A psicoterapia também pode oferecer suporte na reeducação dos hábitos digitais. Ela ajuda os pacientes a estabelecer limites saudáveis para o uso de dispositivos eletrônicos. Além disso, auxilia a redescobrir atividades que promovam o foco e a concentração, como a leitura e a prática de hobbies que exigem dedicação e paciência.
Dessa forma, a terapia não apenas trata os sintomas do TDAH, mas também contribui para a criação de um estilo de vida mais saudável e equilibrado.
O impacto da sociedade moderna no TDAH é profundo e multifacetado. A cultura da hiperatividade e da desatenção não apenas agrava os sintomas do transtorno, mas também cria novos desafios para quem vive com ele.
A pressão por estar sempre conectado, produtivo e estimulado contribui para a deterioração da capacidade de concentração e para o aumento dos níveis de ansiedade e estresse. No entanto, é possível reverter esse quadro por meio de mudanças de hábitos e da busca por um equilíbrio maior entre a vida digital e a vida real.
A psicoterapia, com suas ferramentas e abordagens, pode ser um grande aliado nesse processo, ajudando as pessoas a redescobrir o valor do foco, da atenção plena e do estar presente.
Para enfrentar os desafios do TDAH em uma sociedade hiperativa, é preciso estar consciente dos impactos do ambiente ao nosso redor e fazer escolhas que promovam a saúde mental e o bem-estar.
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